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terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

O caso Magda Galasso


O que leva um filho a arquitetar a morte da própria mãe?


O caso Magda Aparecida Galasso, jogadora de volei, assassinada pelo próprio filho no último dia 11, trouxe à tona o caso Susana Von Richthofen.
Ambos filhos de classe média alta, bem educados (supôe-se) não manifestavam cotidianamente nenhum indício de viver em conflito sério com os respectivos pais , muito menos sinais de transtornos comportamentais.
Tinham tudo de que precisavam para uma vida de conforto. Ou será que o tinham de material não substituia o afeto que lhes faltava? Em resumo: tinham tudo e não tinham nada.
Todos os inquiridos foram unânimes em dizer: Kleber tinha um bom relacionamento com a mãe, acabara de ganhar um carro. A mãe dava-lhe tudo, desde atenção até os melhores colégios. Mas o afeto da mãe o”pressionava” . Ele não suportava “viver sob pressão” de uma mãe “dominadora”que o orientava a trabalhar porque o trabalho constrói.; a estudar porque estudo era o diferencial para uma vida de melhores oportunidades.
Era ambicioso. Queria a indepêndencia a qualquer custo , ainda que para isso fosse preciso eliminá-la. Era preciso abreviar o caminho para a vida fácil que sonhava. E então, por motivos banais planejou friamente o assassinato da própria mãe. E ainda compareceu ao enterro da mãe portando-se com uma frieza extrema. Tal como Suzana Richthofen, que em 2002 também com a mesma frieza arquitetou o assassinato dos pais.
A psiquiatria tenta explicar tais comportamentos que fogem do padrão normal.
Em entrevista à Jovem Pan, o Psicoterapeuta educacional Leo Fraiman explica que “ a sociedade atual “cultiva” a violência. Há pouca formação de valores em família , que hoje é mais fragmentada. Os pais trabalham muito. Cultivamos o individualismo e a vaidade enquanto todos os estudos sobre felicidade, bem estar e saúde apontam que felicidade é compartilhar, é ser solidário. É preciso fazer uma revisão muito séria no modo como se educa uma criança”
Diz ainda que esse foi mais um caso de surto psicótico. Basta ver o histórico social, escolar, religioso do assassino, para ver uma porção de evidências. O que realmente comprovou a investigação que mostra em Kleber uma vida recheada de mentiras .
A pssiquiatra Ana Beatriz Barbosa, em seu livro “mentes perigosas” diz que : “Psicopatas são frios, manipuladores, cruéis e destituidos de compaixão, culpa ou remorso. Utilizam-se de seu charme e de sua inteligência para impressionar, seduzir e enganar quem atravessa o seu caminho. Estão camuflados de bons amigos, bons filhos, bons pais , pessoas bem sucedidas , e que não costumam levantar suspeitas sobre quem realmente são.” Esclarece que os psicopatas são indivíduos que podem ser encontrados em todos os segmentos da sociedade.
Uma leitura interessante e que procura mostrar ao leitor como reconhecer e se proteger de pessoas frias e peversas, sem sentimento de culpa e que podem estar perto de nós.
Um livro interesante e esclarecedor, mas eu me questiono sempre: como a mãe de Suzana que era psiquiatra, convivendo diariamente com a filha não conseguiu vislumbrar nela nenhum traço de desvio de comportamento que merecesse maior atenção?


3 comentários:

  1. Edite, você não tem noção o quanto esse tipo de notícia choca-me...

    Para mim, que valorizo a família mais que tudo no mundo, não consigo imaginar um filho não amando os pais, ou vice versa, quanto mais imaginar um filho matando um dos pais???? (ou vice versa)

    Inconcebível, não entra na minha cabeça.

    Triste, lamentável.

    E pelo o que eu li no seu texto, a mãe tentava mostrar a ele o valor do trabalho, do estudo; ele é quem não queria saber...

    Eu adoraria - sem falsa modéstia - que as famílias fossem iguais a minha, onde o amor, o diálogo e o respeito falam mais alto que tudo.

    E detalhe, aqui em casa não sobra dinheiro, não consigo dar sequer uma bicicleta aos meus filhos, mas isso nunca foi problema.

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    1. Ana, amiga, hoje em dia é difícil famílias como se percebe ser a sua. É como eu disse: muitas vezes os filhos tem tudo e não tem nada. Falta-lhes a presença materna ou paterna. Mas um filho que age assim com essa frieza, eu sou leiga no assunto, mas só posso classificar mesmo como psicopata. E agora me diga, , se são frios, destituidos de compaixão e consciência, manipuladores como diz a psiquiatra que citei, como irá uma mãe perceber tais atributos negativos no filho? O olhar materno só acredita na recuperação do filho. Jamais ela vai imaginar que atrás de mentiras emanipulações se esconde um assassino.

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  2. Que a Magda esteja agora ao lado de Deus descansando em paz e recebendo o amor e o carinho que ela merece.

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