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segunda-feira, 18 de março de 2013

Manhã fria e chuvosa



É manhã de segunda-feira fria e chuvosa.
O verão ainda não se foi. O outono se aproxima já prenunciando um inverno antecipado. Tanto que hoje precisei recorrer a um agasalho mais quente, esquecido no fundo do armário.
. Está frio no quarto. Está mais frio lá fora. Está frio dentro de mim.
Não sei porque, dias assim chuvosos deixam também minha alma sem brilho, cinzenta. Bate uma melancolia no meu peito.
Bom mesmo seria desfrutar desses momentos mais tempo aconchegada entre lençóis e edredons, apenas ouvindo os pingos da chuva batendo na janela numa cadência preguiçosa.
Mas hoje , justo hoje, precisei madrugar.
A rua solitária também parecia chorar.. Apenas alguns transeuntes protegidos debaixo de seus guarda chuvas e encolhidos sob a chuva fina e fria caminhavam apressados.
Rapidamente cheguei ao meu destino. A distância era curta. E eu estava bem protegida dentro do meu carro.
Mas confesso que senti vontade de também estar ali fora , o vento frio batendo no meu rosto, despertando-me para lembranças do passado. 
Quantas manhãs cinzentas e frias como essa já não enfrentei em outros tempos! Tempos de luta! Tempos em busca de um lugar ao sol! Tempos que não voltam mais...

É, o tempo segurou um pouco as pessoas em casa. Nem urgências parecia haver hoje. Apenas a minha...
A enfermeira havia me orientado a chegar bem cedinho. Teria que fazer duas coletas de sangue com intervalo de duas horas entre elas.
Não havia ninguém ainda no laboratório, o que permitiu que eu fosse logo atendida.
Como já sabia da longa espera , levei comigo algo para ler durante a espera..
O espaço para espera não era bem protegido do frio. Aliás, não era uma sala de espera e sim uma “área” de espera. Dias como hoje mereciam uma sala aconchegante com pelo menos um aparelho de TV, revistas, jornais e até um cafezinho pós coleta de sangue.
Fazer o quê, não é ?
Preferi então ficar acomodada dentro do carro que havia estacionado bem na porta do laboratório.
Os pingos de chuva batendo no vidro do carro, a nebulosidade vista do lado de cá , tiveram um efeito relaxante em mim. Ou seria o efeito do contraste que tomei?
Não saberia dizer. Só posso dizer que a leitura estava atraente, mas o conjunto de tudo à minha volta fizeram com que eu cochilasse...
E assim duas horas se passaram...



6 comentários:

  1. Aqui em p.Alegre nem se pode ficar dentro do carro esperando...Não sobramos,rs beijos.,linda semana! chica

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  2. "Quantas manhãs cinzentas e frias como essa já não enfrentei em outros tempos! Tempos de luta! Tempos em busca de um lugar ao sol! Tempos que não voltam mais..."
    --Poderias fazer um post a partir desse pensamento?
    Paz

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  3. Olá, Edite!
    Dias cinzas e chuvosos recorrentes afetam diretamente no meu humor.
    Aqui está exatamente assim. Chuva, frio... há vários dias.
    Sou do sol!
    Belo conto!
    Beijos.

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  4. Olá Edite, muito obrigada por me ter visitado no meu cantinho! Apreciei muito o seu Blogue e o seu texto! Apesar do desconforto das esperas a chuva em mim também exerce um efeito relaxante. Tudo de bom e um beijinho. Ailime

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  5. Eu também teria cochilado, Edite. Por melhor que fosse o livro.

    Transpareceu-me um calma tão grande no seu texto. Não senti a melancolia que dias assim - tanto quanto você - também fazem-me sentir.

    Nem parece que você estava em um laboratório colhendo sangue...

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  6. Sabe Ana, a melancolia que falo não chega a ser tristeza. É apenas a sensação de isolamento, de sentir-se sozinha , presa sem poder aproveitar o brilho do sol. Tudo fica muito calmo , parado, silencioso. Dá uma vontade de "nada". Quanto à coleta de sangue, infelizmente eu não tinha ali nenhum foguetinho ou nave espacial que me levasse à "magia da agulha picando meu braço", como fazem com as crianças, pobrezinhas... Rssss... tão inocentemente enganadas...) Tb não deram nenhum pirulito prá me enrolar, então, já que não dá prá fugir, o jeito é enfrentar com coragem e sem fazer careta... (rsss...)

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