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segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Após a tempestade...

 


Não sei por quanto tempo eu ficara ali enrodilhada em meio às almofadas. A brisa fresca que penetrava pela janela ao mesmo tempo que tocava meu corpo agradavelmente, também me forçava a permanecer encolhida como um cãozinho semi adormecido.
Era agradável estar ali desfrutando daquele momento pós temporal.

Uma tempestade que já se pressentia desde os últimos dias de calor insuportável.
Lembro-me que minha mãe sempre dizia que muitos dias de calor assim intenso indicava que a "caldeira" a qualquer momento iria explodir . E foi o que aconteceu.
 O sol foi se retirando de mansinho , deixando apenas a sua lembrança num mormaço que parecia se intensificar a cada minuto. 
Nuvens escuras  foram se aproximando e ...de repente o rebuliço começou...Parecia que o mundo tinha virado de pernas pro ar. 

 De dentro de casa só se ouvia o barulho de objetos voando lá fora. Cadeiras, vasos , galhos arrancados e , meu Deus... até telhas da do beiral da casa.
Num piscar de olhos o som dos pingos da chuva mudou de frequência. Estava chovendo granizo.
Corri em busca do sal bento. Prática supersticiosa que herdei de minha mãe. O sal bento lançado aos 4 cantos do quintal " espalharia" a tempestade. Mas como sempre, é nestes momentos de urgência e forte ansiedade  que não se encontra nada. Também a palha benta, sabe aquela do "domingo de ramos" , a sua queima também  é uma forma de esparramar a tempestade. Mas não as encontrei .

É impressionante como nos tornamos pequenos e impotentes diante das forças da Natureza. O mesmo Deus que sentimos na brisa fresca, também se faz presente entre raios e trovões.
Bom, mas agora só mesmo invocando a misericórdia de Deus em oração silenciosa. E foi então que me encostei entre as almofadas do sofá  e com a tempestade  aos poucos se acalmando ,adormeci... 

 Ao abrir os olhos tudo já voltara ao  normal. 
Diante da calmaria agora estabelecida não pude deixar de exclamar baixinho:
"Quão grande és Tu, ó meu Senhor!"






4 comentários:

  1. Que lindo,Edite! escreves muito bem e nos colocas junto, ouvindo o barulho por lá! Adorei! Que sempre tudo se acalme após as tempestades da vida! bjs, linda semana,chica

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  2. Edite, você me fez recordar o comportamento de minha mãe quando a tempestade chegava. Queimava ramos bentos e orava porque tinha muito medo. Nossa casa possuía, quando eu era criança, telhas de zinco. O barulho era assustador, além do receio das telhas saírem do lugar e ficarmos desabrigados. Esse pavor de chuva ela carregou por toda sua vida. Seu estilo de narrar é adorável. Bjs.

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  3. Oi Edite! O tempo tem seus sinais... aqui venta o tempo todo. Quando está muito quente e o vento pára, pode se preparar que vem tempestade! E sempre é como você descreveu: lá fora tudo voa, as árvores quase dobram... os cachorros se entocam, os pássaros emudecem. Só clamando pela misericórdia de Deus! E Ele sempre atende e faz o temporal passar bem rápido! BJks Tetê

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  4. Oi Edite!
    Tem chuva que assusta mesmo, eu tenho medo de chuva forte, temporais, já passei por situação que me deu medo, caiu um tromba d'água e minha rua virou um mar, pior que os bueiros não dava conta, não tinha vazão para água e as coisa complicaram bastante, deu medo. Quando meu cãozinho era filhote deu um temporal tão forte aqui, que até hoje ele se esconde quando sabe que ta chovendo, mesmo sendo uma chuvinha fina.
    Gosto de chuva fina, parece que acalma, chuva forte assusta!
    Adorei seu relato!
    Bjs e ótima semana!

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