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domingo, 9 de novembro de 2014

Maritacas do meu quintal





Bem no fundo do meu quintal tem uma grande mangueira. Aliás, exageradamente grande. Uma copa enorme e fechada onde as maritacas escolheram para fazer sua morada.
Não, não é no meu quintal, mas do outro lado do muro, fazendo a divisa de espaço. Proporciona uma boa sombra e algumas telhas quebradas pelas frutas que ocasionalmente caem no telhado de amianto da minha edícula.

Pela manhã , já se desperta com o ruído das pequenas aves que com suas penas também vefdes,   misturam-se  com o verde das folhas.
 Às vezes só se nota o farfalhar das folhas . Repentinamente, como que obedecendo a um acorde musical, levantam voo em bandos fazendo enorme barulheira.

Ontem à tarde devia haver festa entre elas lá nos galhos da mangueira. Ou talvez tivessem conhecimento de alguma novidade e confabulavam entre si.
A algazarra era enorme e os voos repentinos eram curtos. Logo retornavam na mesma sintonia.

Eu que estava ocupada em meu ateliê , a poucos passos da mangueira, senti-me envolvida naquele canto estridente que incomoda tanta gente.
Mas eu não me incomodo não. Aquela barulheira toda até que deu um pouco de colorido e beleza à minha tarde quente e monótona. E , envolvida pelo canto das maritacas , escrevi estes versos rimados.



O canto das maritacas



Maritaca barulhenta

Lá no fundo do quintal

Maritaca faz zoeira

  Lá no galho da mangueira



Maritaca vai zoando

De galo em galho voando

O sol da tarde , escaldante

Faz seu trinado mais vibrante



Eu aqui fico a escutar

O grito que sobressai

Quebra o silêncio dolente

Que dói na alma da gente



Ah, maritaca alvissareira

que vem  voando pressurosa

Vem fugindo do sertão

Buscando melhor acomodação


 
As maritacas são atraídas pelas árvores frutíferas, alimentando-se de seus frutos.


Essas  aves sofrem com o desmatamento e migram para a cidade em busca de "moradia" em árvores frondosas e frutíferas. É ave típica do cerrado, , mas tem encontrado melhor acomodação nas cidades ou chácaras próximas da cidade onde encontram uma maior variedade de pomares, diferente do seu habitat natural que aos poucos  está sendo devastado.

Ouçam  só o barulho que duas maritacas fazem. Já imaginou um bando e 20 ou 30....

17 comentários:

  1. Que lindo te ler e adoro essas conversas delas. Linda poesia! bjs, ótimo dia! chica

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  2. Lindas maritacas, aqui em minha cidade, Pinda, tem muitas delas e aqui no quintal sempre nos brindam com suas presenças.
    Amei Editi, um abraço.

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    1. Olá Maria Teresa. Seja bem vinda! Sabe, eu acho que somos privilegiadas por contar com essa algazarra toda das maritacas. São barulhos passageiros e que nos aproximam da natureza. Pior deve ser a poluição sonora das grandes cidades. Bjs.

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  3. Olá, querida Edite
    As maritacas estão por aqui também e como são cantantes...
    Bjm fraterno e ótimo fim de Domingo!!!

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    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. Disse bem , Roselia: bota cantoria nisso. Uma barulheira só , mas que chama a atenção e nos prende, pondo-nos a olhar para sua revoada. Abcs

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  4. Oi Edite querida

    Lindo poema...
    E as maritacas um show à parte...


    Beijos
    Ani

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    1. Um show gratuito, com direito a camarote ou a ir prá longe se se sentir incomodado. Bjs

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  5. Hum, como eu adorava ter esse quintal!
    Bjs

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    1. Um quintal sem monotonia . O dia inteiro ouço seu farfalhar entre as folhas da mangueira. Fizeram morada fixa ali . Parece que tem até filhotes. . Por isso continuam ali. Bjs

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    2. Ah, Lilá, e já "manjei": você deve adorar mangas,Não é ? rsss

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  6. Elas são mesmo barulhentas (KKK), basta ouvir as duas do vídeo. Mas tudo que está na natureza nos encanta. É uma pena que as aves estejam saindo de seu habitat natural, em vista da devastação que o homem nele realiza. Seus textos são muito belos, Edite, e os versos ficaram ótimos. Bjs.

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    1. Obrigada marilene, pelo carinho e boas palavras.. Mas , perdem os campos e nós ganhamos a convivência com esses pássaros que vão se domesticando aos poucos. Bjs

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  7. Edite, uma boa semana...
    Gosto do seu jeito de narrar tão levemente... Puxa, as maritacas e cigarras fazem muito barulho, né?! Mas também gosto de ouvi-las...
    Bonitos versos...
    Abraços

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  8. Anete, sabe q já outras pessoas já me disseram isto/ Que sou "leve" ao escrever. Talvez seja o hábito herdado como professora primária . Hábito adquirido ao ensinar as crianças a fazer suas redações que diferiam tanto dos temas e formas de redigir de nossos dias. Obrigada pelas gentis palavras. Bjs

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  9. Boa tarde Edite,
    Deve ser emocionante ter uma mangueira no quintal,
    e ainda poder ouvir as maritacas cantarem!
    Lindos versos rimados, em homenagem a esses belas aves.
    Bjs :)

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