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terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Não havia lugar para eles...

E deu à luz o seu filho primogênito, e envolveu-o em panos, e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem.” (Lucas 2.7).

Não houve consideração para com eles, para aquele pai que acompanhava a humilde esposa grávida. Não houve consideração para ambos . A estalagem estava repleta. Eram muitos os hóspedes. Quem se ocuparia com uma humilde serva prestes a dar a luz ? Mesmo que a criança que trazia no ventre fosse o tão esperado Messias, o anunciado.

Atualizando o nascimento de Jesus, podemos vê-lo ainda hoje para muitos não desejado, para o qual não existe lugar cativo na sociedade. Percebemos isso através dos pobres e excluídos , crianças rejeitadas, vítimas da arrogância e prepotência de nossas autoridades.
Falo aqui do descaso com a saúde , a espera interminável nas salas de espera de hospitais que acabam por trazer consequências traumatizantes e inaceitáveis nos dias de hoje.
Cenas que revoltam, nos deixam indignados , perplexos ,mas às quais a população menos favorecida se vê refém.
A mídia tem nos presenteado com acontecimentos que ferem a dignidade do ser humano
Crianças que ainda nascem em chão de sala de espera de hospitais ,no  chão de banheiro. A interminável espera no aguardo ao atendimento não intimida os bebês que não escolhem a hora de vir ao mundo.

Hoje os noticiários nos informaram de um fato assim, ocorrido em um hospital particular de Campo Grande. O que vem constatar que não só os hospitais públicos estão doentes , mas o mal já se alastrou.
Esta é a manchete dos jornais de hoje: Mãe que chegou ao hospital já sentindo as primeiras dores . Orientada a esperar, após uma hora de espera ( segundo noticiários), o bebê nasceu ali mesmo com a ajuda de pacientes que também aguardavam. Não houve tempo ou boa vontade para sala de repouso ou sala de parto!
 
É a história voltando no tempo : “não havia lugar para eles na hospedaria!'
Nasceu ali mesmo, a mãe humilhada , sentindo-se exposta num momento íntimo, momento que deveria ser só seu e do bebê tão esperado.
Nos dias de grande febre tecnológica, sempre há alguém por perto, de celular em punho, pronto a gravar desrespeitosamente uma cena tão particular e sublime : o nascimento de uma vida , mesmo que em circunstâncias adversas.
Não basta presenciar! É preciso gravar, publicar ...É grande a fome por publicidade!
Não sei até que ponto a justificativa “denunciar" o ocorrido através de fotos ou gravações é aceitável, porque por outro lado expõe também mãe e filho em vídeo que em questão de minutos estará no YouTube correndo o Brasil e o mundo.
No caso em questão, a mãe já publicou em rede social, desmentindo o ocorrido. Diz que foi muito bem tratada e que não esperou nem 5 minutos. Pede que o jornal de campo Grande se retrate.

Uma tentativa de se proteger e ao filho também? Como de fato ocorreu ?
A mídia já explorou o ocorrido ao extremo. Verdade ou mal entendido , o vídeo já corre solto. Mesmo que seja retirado, o mal já está feito...
Porque o que fica é sempre a primeira impressão.


10 comentários:

  1. Gostei da maneira como vc expôs o tema. Época de Natal, celebrando o nascimeno do menino que veio para abolir as injustiças e as exclusões , e ainda vemos tanto descaso com as pessoas .que muitas vezes são tratadas como animais. Mel

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  2. Bom dia Edite.
    O descaso parece fazer parte do ser humano, a maioria de nós foi condicionado ao egoísmo. Tanto que postei sobre como um pastor Metodista celebra o Natal, influenciando o desapego, houve gente que achou "estranho" ou quase que inaceitável o pastor conduzir os membros a doar presentes e roupas novas. O conceito de caridade material das pessoas é muito deturpado, é dar "os restos" que não precisam mais e acham que estão praticando a caridade.
    Eu sou pobre e tenho que encarar o SUS e já disse para minha mãe que se tem uma coisa que aprendi dessa experiência foi gritar! É preciso gritar para ter um atendimento rápido e que nem podemos chamar de razoável.
    Muitas pessoas que pagam planos de saúde possuem a mesma queixa, alguns dizem que para fazer um exame até o SUS está mais rápido. rs.
    Quanto a esse caso de Campo Grande, com certeza a mãe está falando isso para se preservar e ao filho, porém, se foi filmado, é porque realmente ocorreu na sala de espera e isso vai ficar registrado. Vídeo é algo impossível de desmentir.
    Lamentável o ocorrido, embora rotineiro no SUS.
    Beijos e linda semana.

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  3. Boa tarde Edite,
    Hoje em dia, algumas pessoas fazem qualquer coisa para alimentar suas redes sociais. Não importa se isto inclua humilhar ou ridicularizar alguém...
    Bjs!

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  4. Todo diretor de hospital deveria compulsoriamente ler em voz alta, uma vez por semana e junto com sua equipe, o que lemos em http://pt.wikipedia.org/wiki/Obras_de_miseric%C3%B3rdia
    Paz

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    1. Sugestão viável, Paz . Mas acredito que se lembrassem do juramento que fizeram com a promessa de defender a vida , já estaria aí incluso as sete obras de misericórdia temporais e espirituais. Pois quem defende verdadeiramente a vida dificilmente vai quebrar qualquer ítem das obras de misericórdia temporais e espirituais. Abcs. Muito boa sua contribuição.

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  5. Infelizmente, tanta coisa feia e torta é publicada... Muito sensacionalismo , como vc disse, e também notícias que poderiam ser outras... De vida, paz e respeito humano!

    Gostei de refletir agora com você, Edite!
    Beijos

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    1. Pois é , Anete, notícia boa não dá ibope. Dá arrepios qdo o jornalismo pede em altos brados : Não saia daí, vc não pode perder ... > perder o que? Violência e mais violência . É a degradação do ser humano. Abcs.

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  6. Oi querida amiga Edite, infelizmente é o que acontece né...
    Tenha uma ótima semana, abraços!!

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  7. Oi Edite! Que a imprensa anda atrás de sensacionalismo é fato, mas pode ter ocorrido o fato realmente... aqui no RJ, a Unimed tem deixado a desejar, negando atendimento, inclusive, no meio do ano teve a farmacêutica de vinte e poucos anos que morreu de apendicite internada no hospital esperando cirurgia... Mas, quando comecei a ler seu post "não havia lugar para eles na hospedaria", meu pensamento se voltou para um outro aspecto: hoje em dia o fato se repete pois continua não tendo lugar para eles nas hospedarias (nos corações). Todos comem, bebem, trocam presentes e Jesus fica de fora... BJks Tetê

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  8. Pois é Tetê, em tempos de "crise" na saúde que primam pelo péssimo atendimento, se pudéssemos evitar, com certeza não seria a melhor escolha precisar desses serviços médicos e hospitalares. Temos assistido impotentes a tantos absurdos nessa área, que se dependesse de nossa vontade, jamais ficaríamos doentes. Mas , infelizmente , não temos bola de cristal e vamos nos protegendo como podemos.
    Com certes, vc interpretou muito bem a minha colocação metafórica: realmente , "não havia lugar na hospedaria " e continua não havendo "acolhida " no coração de muitos.Abcs

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