"Saber envelhecer é um processo contínuo. É aceitar as novas limitações que o tempo traz . É aceitar que um estilo de vida produtiva se fecha para que outro tipo apareça"
Visitando o blog de minha querida amiga Ângela, www.catequistaamadora.blogspot.com deparei-me com um texto interessante com o título: “È bom ser velho...”
Eu já conhecia o texto, que como ela recebi através dessas correntes de email sem autor e que encaminhadas a nós não fazem outra coisa senão “entupir” nossa caixa eletrônica.
Não descrevo o texto. Mas quero deixar também minhas considerações sobre:
GOSTO DE ENVELHECER
O texto deve ter sido escrito por alguém com a nítida intenção de auto proteção. Como a salvaguardar-se das complicações da saúde e do convívio social restrito como consequências da velhice que o tempo inevitavelmente nos traz.
Transcrevo abaixo trecho de um texto que escrevi há uns dois anos atrás e postei no meu antigo blog no uol. Vale a pena relembrá-lo.
A arte de envelhecer
“Envelhecer é uma arte. Não a arte em que dominamos os pincéis e damos as cores que nos apetece.
O tempo é o artista. Comanda os pincéis a seu bel prazer. E nos revela surpresas. O futuro é incerto. E na maioria das vezes não estamos preparados para enfrentá-lo.
A perda de nossa capacidade de agir, de ser independente, a vida sem limitações que nos obrigue a ficar sob os cuidados de terceiros são possibilidades longinquas e até improváveis.
Aos 40/50 anos ou até antes nos pegamos dizendo em forma de gracejo:”É, estou ficando velho”
Não temos a mínima ideia do que seja “realmente” velhice, dependência. A caminhada até aos 80/90 anos parece distante. Ainda há muito a viver.
Acontece que o tempo passa rápido, não sabemos dizer exatamente quando ultrapassamos o limiar entre a tão falada 3ª idade e a velhice propriamente dita.
De forma sutil e traiçoeira as células vão se degenerando. Constata-se a fragilidade do corpo, pele, ossos e quase sempre também da mente que passa a nos pregar peças”.
Envelhecer tem lá as suas vantagens sim. Somos menos críticos, mais amigos de nós mesmos, temos mais tempo para o lazer, viagens etc e tal. Falamos coisas que em outra época nem sonhávamos em dizer, reclamamos , selecionamos nossos afetos . Em contrapartida, como bem disse a Angela, começam aparecer “as novidades”, ou seja , dores, cansaço, invisibilidade, etc . Mudamos nossos hábitos e a “boutique” passa a ser a farmácia .Também não podemos “comer sobremesa todo dia” , como diz o texto. Aí que entra uma parte da tão falada “sabedoria”. Saber selecionar o que comemos para preservar a saúde.
Com a idade “não se come o que gosta, mas o que faz bem à saúde”. É preciso preservar o sistema cardio vascular. E nada de vida sedentária. É fazer muita atividade física, faça sol ou faça chuva...
E já que estou falando em sabedoria, pergunto eu: De que adianta tanta sabedoria se muitos consideram os velhos seres inúteis, encostados e até empecilhos? São desrespeitados , muitas vezes tem seus direitos negados e alguns são relegados ao abandono mesmo entre familiares.
É preciso sensibilidade e um coração aberto ao acolhimento para perceber os valores que o idoso nos transmite mesmo através do seu silêncio e apatia ou também na dor.
A sabedoria que vem de minha mãe já alquebrada pelos anos que não são poucos, só a percebemos nós que estamos a seu redor diariamente. Para o resto da sociedade é como se ela não existisse.
Somente a convivência diária com um idoso pode nos dar a dimensão do que é “ficar velho”.
É bem verdade que existem exceções. Dias atrás tive a oportunidade de ler numa revista sobre um senhor idoso de 84 anos que corre toda manhã 15 KM . É campeão de maratona com vários títulos conquistados. Um belo exemplo. Ótimo preparo físico. Privilégio de poucos.
Viveremos tanto? Seremos agraciados com todo esse vigor físico? Só o tempo dirá..
Envelhecer não é fácil, mas temos que estar preparados para essa mudança de vida.
Bonitas as tuas considerações, Edite! São um bálsamo para quem já está nesta linha do tempo.
ResponderExcluirAbração.
Olha Edite,
ResponderExcluirRebelde como sou, aliás, sempre fui, não me preocuparei muito com esse lance de velhice, não.
Enquanto meu corpo aguentar, eu seguirei vivendo do jeito que gosto, fazendo e comendo o que gosto.
Espero ter a sorte do senhor de 84 anos. Ele tem quase o dobro da minha idade e corre 5 km a mais que eu.
Não ser uma velha que "incomoda", quero ser livre, fazer o impossível para não ser depressiva, quero continuar aproveitando a vida: namorando, correndo, tomando minha coca-cola todos os dias, comendo porcaria... o que eu quero mesmo é que todos nós queremos: SER FELIZ!!!
Vc disse tudo nesse seu último parágrafo, Ana. Não querer incomodar, fazer tudo que gosta, etc e tal implica em se preparar saudavelmente para a uma velhice independente e feliz. E vc o será , tenho certeza. Pois para isso está se preparando mesmo sem deter em pensar na crueldade do tempo. Este é o segredo. Viver a vida da melhor maneira possivel . Livre e despreocupadamente.Bjs
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