"Mais importante do que TER é aprimorar o SER"
Certa vez , uma velhinha bateu à porta de uma casa e pediu um pouco de pão. Conversou muito agradecida com a dona da casa e com as crianças. Quando se afastou, a menina da casa disse à sua mãe: “quando crescer quero ser uma velhinha simpática como esta!” e sua mãe respondeu: “Então comece agora. Ou você acha que ela ficou assim do dia para a noite?”
Quanta verdade neste texto! A vida ganha maturidade se tivermos paciência para esculpi-la. Como o artista que pacientemente esculpe a pedra bruta, nós também precisamos de paciência e persistência para lapidar nossa vida.
Refletindo
O que será que fez com que a menina se identificasse tanto com a velhinha a ponto de querer ser como ela?
Ora, pela descrição do texto seria a velhinha uma pessoa que pouco tinha. Aliás, carecia até do alimento.
Na vida encontramos pessoas que pouco ou nada tem e nos passam uma certa aceitação da vida como ela se apresenta. Respiram felicidade. E nos perguntamos: Como se pode ser feliz com uma vida tão difícil? Como mesmo diante das dificuldades, têm um semblante tranquilo , e estão sempre confiantes no amanhã?
São pessoas que procuram aprimorar o “SER”, antes de “TER”. São simpáticas, generosas a ponto de repartir o pouco que tem. No caso da velhinha, ela partilhou com a menina, nas entrelinhas do que conversaram, toda sua experiência e riqueza de vida. Uma troca saudável e que muitas vezes nos passa despercebida.
Muitas casas são pródigas em “TER”, mas falta o primordial. Falta união, compreensão e afeto. Muitas são prisioneiras do egoismo e da vaidade que impera no mundo de hoje. E sabemos que apenas “possuir” bens não enriquece nosso interior. Pelo contrário, se não nos preocuparmos com outros valores espirituais mais importantes acabamos por nos tornar escravos dos bens materiais.
A velhinha que pediu a ajuda de quem muito tinha para ofertar, retribuiu com o muito do “SER” que havia adquirido com a vida dura que levava.
Uma pessoa assim se agiganta aos nossos olhos porque se interessam pela vida como ela se apresenta, não ambicionam mais do que lhes é dado em questão material.A ânsia não é pelo “ter” , e sim, pelo “ser”.
. A menina deve ter olhado muito além da aparência e com certeza viu nela valores que poderiam ser imitados. Apesar de pouco TER”, a velhinha era rica em “SER”.
Quando falo aqui em TER” e SER”, não discrimino nem critico os que têm , porque a vida sempre se apresentou assim. Há aqueles que pelo trabalho honesto e suado conquistaram certos privilégios na vida. E isto é totalmente saudável. Mas há aqueles que não se definem pelo que são e sim pelo status que conquistaram . Ou pelo poder que o dinheiro lhes confere.
Encontramos muito disso em nossos círculos sociais, inclusive religioso. Pessoas que pregam caridade, mas que pouco ou nada tem dessa qualidade. Não a praticam.Falam do consumismo exagerado mas são os maiores consumistas do planeta.
É triste quando nos deparamos com situações assim em que dentro da bondade que pregam existe sempre um pouco de vaidade.
Falta aprimoração do “SER”.
Ser feliz não é ter uma vida perfeita. Mas usar as lágrimas para irrigar a tolerância. Usar as perdas para refinar a paciência. Usar as falhas para esculpir a serenidade. Usar a dor para lapidar o prazer. Usar os obstáculos para abrir as janelas da inteligência.
( Augusto Cury)
Belíssima e tão acertada temática dessa reflexão..Há tantos que pensam exatamente o contrário,não? Pena!! beijos,chica
ResponderExcluirO complicado Edite, é que a criança é incentivada pela própria família a valorizar o "ter".
ResponderExcluirHá a troca de valores, a falta de diálogo, o consumismo, tudo isso formando adultos egocêntricos preocupados em "ter" e, às vezes, nem se tem o que realmente se quer, tem-se o que está na moda, o que todos têm...
E o "ser" vai ficando relegado a segundo plano.
Que pena...
"Precisamos de paciência e persistência para lapidar nossa vida."
ResponderExcluirÉ isso, em meio aos seus textos, uma que outra frase me agarra o interesse e me ponho a pensar... a me alimentar de mais uma excelente oportunidade de aprendizado.
Paz
OLá, obrigada pelo carinho . É muito gratificante saber que nossas palavras chegam ao íntimo das pessoas e levam à reflexão. É bem esta uma das finalidades desse espaço. Bjs..
ResponderExcluir