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quarta-feira, 9 de maio de 2012

doce espera no aeroporto...

"Impressionante como nos dias de hoje as pessoas tornaram-se escravas da tecnologia"

Manhã de uma segunda-feira fria , mas ensolarada. Infelizmente não vou poder curtir esse saudável sol da manhã. Acabo de chegar no aeroporto de Campinas que está um tumulto só. Já entro com espírito viajante preparada para a longa espera que me aguarda.
Em Goiânia não aguardei muito. O aeroporto é menor e o check-in aconteceu de forma consideravelmente rápida.
Durante a hora de espera fui atraída pela livraria local. Já trazia comigo “o monge e o executivo” de James C. Hunter o qual comecei a ler na viagem de ida. Mas livros assim filosóficos são interessantes, mas cansativos. Queria algo mais envolvente, cheio de romantismo, aventura e suspense. Algo que me transportasse e me fizesse esquecer as longas horas de espera .
Foi então que um título chamou minha atençao: “Cruzando o caminho do Sol”, de Corban Addison. Nunca li nada do referido autor, mas a sinopse do livro me atraiu.
Em síntese o autor leva o leitor a viajar por três continentes e culturas variadas. Um enredo envolvente mergulha o leitor no submundo do crime organizado e para dentro dos cantos mais escuros do coração humano.
Pensei comigo: “Com este livro vou realmente “viajar”...
Assim que pus o pé no saguão do aeroporto Viracopos, fui logo procurando um cantinho tranquilo para continuar minha leitura já iniciada durante o breve vôo até aqui. De fato, o livro é interessante e envolvente, mas tranquilidade aqui....impossível.
Parece que todos falam ao mesmo tempo. Há uma certa urgência de comunicação. Várias pessoas falando ao celular ao mesmo tempo faz um barulho que incomoda e desconcentra da leitura.
Alíás, depois que inventaram o celular, tudo ficou urgente. Impressionante como nos dias de hoje as pessoas tornaram-se escravas da tecnologia. Quem não está no celular, está no notebook atualizando seus contatos ou escrevendo. Bem , mas pelo menos esses permanecem em silêncio.
Uma voz feminina no serviço de som alterna com uma voz masculina orientando as pessoas para o portão de embarque. Isto também me desconcentra.
A cada chamada, pessoas se locomovem num vai e vem sem cessar. Fico observando as pessoas e imaginando de onde vêm, para onde vão, o que as espera.
Iriam solucionar um negócio importante? Visitar parentes ou algum amigo? A trabalho ou a passeio?
Por trás de cada semblante, com certeza tem uma história, um motivo importante, triste ou alegre que as levou a planejar a viagem.
As horas vão passando. Minha ansiedade da espera vai se dissipando. Observar as pessoas ao mesmo tempo que escrevo serviu como calmante. Agora a ansiedade é para terminar meu texto antes do embarque.
Assim como observo, sinto-me observada também. Alguns me olham disfarçadamente e com curiosidade. Devem estar pensando: “Que será que ela tanto escreve?
Afinal, enquanto tantos usam seu notebook para escrever, eu estou ali, caneta e papel na mão. E isso não é tão comum nos dias de hoje. Mas eu não consigo escrever sem rascunhar num papel...
Que fazer? Afinal acho que ainda não assimilei totalmente a moderna tecnologia....
-”Ultima chamada para Marília com escala em Bauru” Portão G... avisa o serviço de som.
Essa escala em Bauru não estava no programa, penso eu. Mais uma hora de vôo!!!
Mas enfim, logo estarei em casa...

4 comentários:

  1. Essas esperas, leituras, escritas ,uns olhando para o que os outros fazem, tudo faz parte...E, infelizmente, as esperas também! beijos,chica

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  2. É verdade minha cara Edite, a velha caneta e o papel têm seu valor... No meu caso traz mais inspiração. Com relação aos aeroportos a coisa tá feia mesmo, e pode piorar com o advento da Copa 2014. Adorei seu texto fiquei ansioso para ver o final, valeu vc é uma escritora envolvente. Um abraço forte!!!

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  3. Oi Edite... amei seu texto, que bom que rascunhou num papel... tb tenho esse hábito, compro daqueles cadernos de 10 matérias e quando vejo não tem uma folha...aliás o papel e uma caneta na mão são minhas companhias nos meus momentos de fuga... Tb fico curiosa pra saber pra onde esse povo vem e vai com tanta pressa... Poucos com um semblante alegre...
    Beijo grande e obrigada pela visita!!
    "Tava morrendo de saudades de te ler..." Olha uma frase hiperbólica... ninguém morre de saudades... ou morre??? srrs

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    1. Pois eu tava morrendo de saudades do meu neto.... E olha que posso mesmo morrer de saudades dele...(rsss)

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