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sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Florada dos ipês


Agosto já vai pela metade. Mas desde final de julho que já começa a mostrar suas características próprias.
Agosto , um mês que carrega o estigma de mês mais feio do ano, carregado de superstições.
Não por acaso é que justamente nesse mês feio, poeirento e carregado de fumaça se comemora o Mês do folclore , suas tradições e superstições do povo.
Final de inverno, o clima se se apresenta indefinido. Ora mais frio, ora mais quente. Época em que, apesar das leis proibitivas, ainda predominam as queimadas, deixando o ar mais seco e por vezes irrespirável.
Mas é em meio a esse cenário de natureza pré-adormecida que ele surge altaneiro em todo seu esplendor. É a época da florada dos ipês.
Impossível ficar indiferente a esse prenúncio de primavera antecipada trazendo beleza e alegria às ruas da cidade e campinas ressequidas.
Eu me curvo diante dessa magnificência. Criador e criatura se misturam diante de meus olhos.
Um cenário que dura poucos dias, pois sua florada é efêmera. As flores dançam ao sabor do vento e caem formando belos tapetes coloridos que sugerem brincadeiras ao cair da tarde.
É a natureza trazendo lições de vida. Florescendo no auge da seca, a natureza de certa forma mostra um caminho a cada um de nós. Assim como os ipês vão buscar na profundeza do solo a energia suficiente para florescer majestosamente, busquemos também no mais profundo de nosso ser o vigor necessário para superar os períodos de “secas” de nossas vidas e assim podermos também florescer e trazer brilho e alegria que enriquecerão a paisagem da vida.

É a natureza completando ciclos e nos lembrando que a vida é tão delicada e efêmera como a florada dos ipês e deve ser apreciada na sua essência e em intensidade.”
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