“Tem
gente que faz mesmo a diferença. Tem gente que já deve nascer com
uma proposta de vida definida por Deus. Um compromisso doce de passar
adiante o seu desejo de acreditar em um mundo melhor. Algo como um
manual debaixo dos braços para não esquecer nenhum lembrete divino”
(Geisa Araújo, cronista)
Li estas
palavras on-line e refletindo sobre elas veio-me à mente as
múltiplas ações sociais de que tenho conhecimento e cujos
resultados educam, reconstroem caminhos, traz esperança onde antes
só havia tristeza e desalento.
Nasceriam
essas pessoas já pré determinadas a fazer o bem? Teriam essas
pessoas um olhar mas sensível, capazes de distinguir o real do
imaginário, seres corajosos que enfrentam as adversidades e se
tornam cúmplices de um mundo imaginário muito além do mundo
injusto e cruel de hoje? Seriam essas pessoas escolhidas por Deus ou
teriam se deixado escolher?
“Deus
não escolhe os capacitados, mas capacita os escolhidos”.(
Albert Einstein)
A
história de Bruno me emocionou.
Bruno é
um jovem, hoje com 25 anos, que conheci através de um programa
jornalístico da TV.( Encontro)
Um rapaz
que segundo a reportagem, desde muito jovem já sabia reconhecer
através de um olhar mais observador os caminhos a percorrer em busca
de mudanças num mundo tão conturbado e recheado de injustiças e
diferenças sociais gritantes.
Aos 17
anos, um dia voltando para casa, numa dessas noites frias, teve um
encontro que mudou sua vida e a de muitas pessoas.
Um
andarilho passou por ele. Seu olhar diferenciado, a compaixão ou,
sei lá, a mão de Deus o fez abordar o homem, que no seu abandono
e já desacreditando das pessoas, garantiu-lhe que tudo estava bem. O
rapaz deu mais alguns passos à frente, mas algo lhe dizia para
voltar e insistir. Sentia que o desconhecido precisava de ajuda.
Voltou,
insistiu, alimentou-o e ofereceu seu próprio agasalho.
O acaso,
( será?) proporcionou-lhe novos encontros,outras oportunidades de
ajuda e solidariedade. A proximidade levou-o ao conhecimento de que
atrás daquele abandono e pobreza havia um drama muito maior.
Aquele
senhor era dependente químico e cansado da vida que levava, do
abandono e marginalização da sociedade, naquele primeiro encontro
estava disposto a dar cabo da própria vida,
A atenção
, o amor e cuidado com que fora tratado pelo jovem o fez sentir-se
amado, valorizado e o fez acreditar que com ajuda de boas pessoas
teria forças para se desvencilhar do vício. Sim , ele podia! Ainda
existia alguém que se importava com ele!
Resumindo,
o andarilho está recuperado. Toda a família estruturada.
Bruno
hoje busca recursos para manter o abrigo que construiu para tratar de
dependentes químicos.
“Quero
chegar aos 80 anos, disse Bruno, olhar para trás e ter a certeza que
dei minha colaboração em prol da vida”.
Bruno é
“gente que faz a diferença”
Podemos
não ser tão capacitados quanto Bruno para realizar grandes
prodígios. Mas façamos um esforço. Deixemo-nos “ser escolhidos”
por Deus para amenizar a dor do próximo.
Pequenas
ações do dia a dia podem fazer a diferença!
Saibamos
ser compassivos, mansos e humildes de coração!