O vento do dia anterior bulindo com as folhas nas ruas e quintais, a vermelhidão de poeira ao longe já era o prenúncio da chuva explicita em redemoinhos e ar poeirento.
E na madrugada então fui despertada pelo ritmo cadenciado da chuva no telhado embalando esperança e convidando ao aconchego do leito quente.
Lá fora trovões ecoam ao longe e imagino o solo árido se abrindo em recepção às águas que torná-lo-ão preparado
para receber a semente que em breve trará a farta colheita e deixará os
pastos mais verdes facilitando a engorda do gado. Enfim, é prenúncio de
fartura. Certeza de ar mais respirável.
Depois de um longo tempo de estiagem, a chuva cai como um prêmio da mãe natureza.
E
o cadenciado da chuva continua. Quisera eu ficar mais um pouco
embrulhada nos aconchegantes lençóis. Mas os compromissos me chamam.
Então me embrulho no acinzentado da manhã fria. E me escondo sob a neblina densa.
Passos apressados, guarda chuvas abertos. A paisagem mudou. Tudo parece melancólico. Há certa urgência em tudo que se faz.
A
manhã cinzenta desfazendo-se em água que cai em forma de chuva da um
quê de preguiça, provoca certa letargia. Põe na alma um sentimento de
nostalgia.
Meu desejo é retornar rapidamente e desfrutar desse dia úmido e nostálgico no aconchego do lar.
Desejos incomuns, raros. Desejos destinados àqueles que aliam a nostalgia da alma à nostalgia do dia.
...então me embrulho no acinzentado da manhã fria e me escondo sob a neblina densa
Poderá gostar de :
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário