CRÔNICA DO ÚLTIMO DIA DE AGOSTO

Era a tarde do último dia de Agosto .

O vento que incomodara o dia todo , parece aumentar seu rodopio.

Rodopia daqui , rodopia dali . Levanta as folhas secas num rodopiar sem fim .

Folhas que parecem bailar ao toque do vento , giram , giram rapidamente como um pião .

Enquanto bailam , são como sonhos que se dissipam sem rumo certo a prosseguir .

O vento sopra e as folhas giram , como sonhos sem lugar a aportar .

A areia fina levantada pelo vento faz arder os olhos , mexe com o cabelo arrumado da bela moça descuidada que caminha rapidamente pela calçada . A senhorinha de saia longa sente dificuldades em caminhar sem que o vento a exponha ao ridículo. O senhorzinho levanta o braço para segurar o chapéu ...

E , assim eu vou andando , lutando contra o vento que impede meu rápido caminhar . Mas é preciso caminhar rápido , pois o vento tanto "ventou" que de nuvens poeirentas e avermelhadas o céu cobriu .

Rapidamente chego em casa ! Começam a cair os primeiros pingos de chuva : esparsos , tímidos , indecisos … O vento aumenta ….Agora o som dos pingos de chuva ritmados no telhado soam como batidas de tambor .

 Som forte , inquietante ! Mas , um som peculiar , bonito , cativante . Há quanto tempo não ouvimos o som dos pingos da chuva batendo no telhado ?

Novamente , silêncio ! Foi propaganda enganosa . Trovões ecoam ao longe , mas de chuva nem mais um pingo … O calor aumenta … Os trovões continuam … e a chuva que chegou tão afoita , sem quê nem porquê foi embora...

E assim termina o mês de Agosto : seco , árido , ventoso e poeirento ….

Iniciaremos um novo mês com a sensação de que amanhã será 32 de Agosto.