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sábado, 27 de abril de 2013

Cheiro de vida!!!




Outro dia eu sentada numa sala de espera, apanhei uma revista e li uma crônica da Danusa Leão onde ela falava sobre cheiros.
Descrevia de maneira agradável de como os cheiros podem marcar épocas de nossas vidas . Podem lembrar uma fase boa da infância, uma relaçaõ afetiva, um passeio , um encontro etc... etc..
Curioso é que naquele momento o cheiro que me impregnava as narinas não tinha nada de agradável.
Era um cheiro angustiante, pois eu me encontrava na sala de espera de um hospital e acabara de passar por mim um carrinho de medicamentos.
Que cheiro poderia sair dali a não ser o cheiro de medicamentos nada agradável às nossas narinas? Além também do cheiro da dor, cheiro do medo, cheiro da insegurança , cheiro da dúvida que possivelmente acompanhava o doente que passou na maca seguinte.
Depois de alguns minutos veio lentamente pelo corredor o carrinho do almoço. Fazia paradas de quarto em quarto deixando ali a refeição do doente.
Quer cheiro mais agradável do que o cheiro da comida fumegante no fogão da cozinha de nossa casa? Ah, mas cheiro de comida de hospital parece fugir do costumeiro cheiro de temperos caseiros utilizados em nossas casas.
Naquele momento eu tive vontade de estar em minha cozinha preparando aquele arrozinho bem temperado com alho refogado ao ponto ou temperando com muito carinho meu feijãozinho à moda da casa . Tão delicioso e tão vermelhinho!
Como se não bastasse dali a pouco a moça da limpeza começou também seu ritual no ambiente em que me encontrava.
Esfrega, esfrega … e minhas narinas começaram a arder. Pudera desinfetantes usados em hospitais em nada se parecem com os produtos perfumados que usamos em nossas casas. Precisam ter uma química forte para realmente desinfetar e agir contra as temíveis bactérias.
Lembrei-me então de como a faxineira deixa sua marca registrada na limpeza dos ambientes lá de casa.
Como é bom abrir a porta de casa e dar com aquele perfume impregnando o ar. Dá -nos uma sensação de território demarcado , carinho e proteção.
Decididamente eu estava no lugar errado. Aquele ambiente não tinha nada a ver comigo.
Fechei os olhos e me transportei para meu recanto tão conhecido , agradável e seguro.
Hospitais tem o dom de nos deprimir. Eu precisava voltar para casa...
Conceitrei-me nno desejo de que tudo iria passar e eu logo voltaria para o meu aconchego, meu lar.... onde o cheiro voltaria a ser cheiro de vida...

Quer ler a crônica de Danuza Leão? Clique no link abaixo

http://claudia.abril.com.br/materia/os-cheiros-4099/?p=/comportamento/danuza-leao

Porque a minha!!!!!!! kkkkkk... é apenas uma crônica em cima de outra crônica! Ela retrata um momento de meu cotidiano!

 Este é o último parágrafo do texto  que eu considerei o tremômetro da crônica! Mostra toda sensibilidade da autora!


"Mas existe um cheiro que só as mulheres conhecem. É o que elas sentem quando estão enxugando seus bebês depois do banho. É preciso que não haja uma só pessoa por perto num raio de 200 metros para não haver interferência de qualquer ordem. Sem nenhuma presença estranha – nem mesmo a do pai –, mãe e filho poderão dizer bobagens e rir de coisas que só eles vão entender. Depois do talco, a mãe vai botar o nariz no pescoço de sua cria e cheirar com todos os seus cinco sentidos. No princípio timidamente, mas cada vez mais forte, até quase arrebentar os pulmões de tanto amor. Na hora a gente não sabe, mas um dia vai saber: não existe nada igual a esse cheiro nem a esse momento, e nunca vai haver um melhor. Porque esse é o cheiro da vida."

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a vida como ela é...
 

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Dentista é queimada viva!

César Filho emite opinião sobre a atrocidade praticada contra dentista

Eu quisera não ter que publicar esse tipo de notícia. Mas a criminalidade é a realidade de nossos dias. A cada dia cresce o indice de violência, não só na capital paulista, mas em todo território brasileiro. E a cada dia também vemos crimes cometidos com os mais variados  requintes de crueldade. Uma total falta de amor e compaixão pelo ser humano. A vida deixou de ter o seu valor . Vence o mais forte, o mais ousado, o mais destemido. ...
Hoje os noticiários publicaram o grande avanço de criminalidade no país. Não há mais a desculpa de que violência e maldade sempre existiram. Apenas hoje elas estão mais visíveis, tomamos conhecimento dela em curto espaço de tempo. 
 Concordo que hoje a rapidez com que as notícias chegam até nós  é uma realidade gritante. Muito mais ainda precisamos  ter o discernimento para perceber que tantos crimes bárbaros acontecendo é inadimissível.
Não acredito que devamos pensar dessa maneira. Realmente não podemos mais aceitar conviver com a criminalidade praticada assim de forma tão banal, como se tirar uma vida fizesse parte de nossa criação.
Casos como o acontecido com a dentista Cínthia, 47 anos, dentista que cuidava dos pais e trabalhava honestamente vencendo dificuldades , vem chocar a todos pela brutalidade com que aconteceu. 
O repórter César Filho, em seu noticiário da manhã, pelo SBT, emocionou-se ao comentar sobre o assunto e fez um grande desabafo  que muito me tocou.
 Indignado com o acontecido disse muitas verdades sobre o ocorrido, a insegurança em que vive toda a população e deu sua "opinião" sobre o Brasil do futebol, o Brasil de tantas belezas , o Brasil da economia avançada... mas infelizmente também o país da impunidade!

Vejam na íntegra o desabafo de César Filho, que ao final pediu desculpas pelo seu descontrole. 
Não peça desculpas César Filho! Verdades devem ser ditas e com um meio de comunicação tão poderosa como é a TV, quem sabe acorde o senhor Governador que só promete, promete e a coisa continua na mesma...


A notícia completa sobre esse crime bárbaro se encontra aqui:
http://uipi.com.br/noticias/policia/2013/04/26/dentista-e-queimada-viva-durante-assalto-na-grande-sp/

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Na sala de espera do consultório médico


 Maternidade, um misto de dor e alegria...
As salas de espera de consultórios médicos parecem réplicas uma da outra: sofás esparramados pelos cantos, pilhas de revistas com assuntos ultrapassados , quadros sóbrios nas paredes e ultimamente todos têm uma TV na parede da frente, mas com som tão baixo que acaba por não atrair a atenção.
Logo que cheguei à porta do consultório lamentei ter-me esquecido do livro que havia planejado levar, a fim de tornar menos penosa a espera.
Algumas pessoas já se encontravam ali dentro . Umas estavam tão entretidas com a leitura que nem levantaram o olhar quando entrei. A recepcionista do outro lado do balcão parecia aborrecida. Chamou-me como se fosse me aplicar um castigo. Bem, mas prá falar a verdade ela deve ter intuído que seria mesmo um castigo o exame que eu iria fazer. Não era nada agradável.
Sentei-me disposta a esperar. A TV não oferecia nada atraente e as revistas...bah! Estas, sem comentário.
Chamou-me a atenção o jovem casal que entrou dali há instantes. 
Ela, tão bela no seu rosto juvenil, pele de porcelana e um leve sorriso no canto dos lábios.
Aquele ar maternal , aquela doçura que só as gestantes sabem o segredo.
O ventre proeminente indicando que a gestação já estava em sua última fase, também indicava um perfil mingnon.
Ele, sisudo, cabisbaixo, indiferente. Sentou-se e imediatamente apossou-se de seu tablet e um celular que colocou do lado no assento e que consultava sempre. Os dedos ágeis não arredavam da tela do tablet. Nem tampouco seu olhar. Parecia isolado de tudo e de todos. Freneticamente manipulava aquela tela, enquanto a jovem mamãe parecia impaciente apesar do ar angelical que portava. Levantava-se a todo momento numa ansiedade visível.
Dali a instantes a recepcionista a chamou. Ela toda meiga se dirigiu ao marido : Mor, sobe comigo? ( a sala de consulta era no piso superior)
Indiferente ele apenas resmungou que ela fosse indo que ele iria depois “se precisasse”.
Docilmente ela obedeceu.
Eu fiquei ali a me questionar como era possível tamanha frieza diante da chegada possivelmente do primeiro filho. Pensei na insegurança daquela doce jovem. Quantos anos teria? Talvez 18 ou até menos.... Cogitei sobre seus medos, ansiedade frente ao caminho da maternidade, um percurso nunca antes trilhado....

A maternidade é uma escolha que exige maturidade e responsabilidade, além de muita força e coragem para enfrentar com sabedoria as dificuldades que provavelmente surgirão. E que esta mãe já está enfrentando...
Mas, paternidade não exige também a mesma maturidade e responsabilidade? Não são ambos responsáveis pelo pequeno ser anunciado?
É a doce e jovem mamãe já misturando dor e alegria diante dessa sua primeira experiência de maternidade.
Prazer pelo sonho realizado, ansiedade diante do desconhecido e frustração diante da indiferença do companheiro.
Dentro de uns 30 ou 40 minutos ela desceu. A indiferença continuou. Nenhum sorriso, nem um olhar interrogador diante da jovem mamãe que pela aparêmcia poderia até já ter deixado marcado a provável data do parto...


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  • salas de espera
 http://kantinhodaedite.blogspot.com.br/2013/01/salas-de-espera.html



sexta-feira, 19 de abril de 2013

Até quando teremos que conviver com a impunidade?

 O caso Victor Hugo
 
Victor Hugo cursava rádio e TV e sonhava ser comentarista de futebol!Um sonho interrompido brutalmente!

O assassinato do jovem paulistano Victor Hugo, 19 anos, vítima da ação inconsequente de um menor, trouxe à tona novamente o debate sobre a maioridade penal.
Alguns políticos e sociedade clamam por penas mais duras aplicadas a adolescentes que praticam crimes graves.
Victor, jovem estudante, uma vida inteira pela frente, cheio de planos para o futuro os quais foram interrompidos bestialmente pela ação de um menor marginal.
Até quando teremos que conviver com tanta impunidade? Hoje em dia a vida nada vale. Por muito pouco tira-se a vida de uma pessoa. Não basta apenas roubar, como no caso do estudante que não reagiu. É preciso também acabar com sonhos, sorrisos, realizações. É preciso matar...
Então, quando uma tragédia assim acontece, políticos se comovem, todos querem falar, dar a sua opinião. Todos ficam comovidos. A sociedade na intenção de sensibilizar autoridades e dar apoio a família , fazem passeatas, portam cartazes , bradam frases como ”justiça” “ que este não seja apenas mais um caso” “que sua morte não seja em vão”
O governador se apresenta e promete... promete... Sugere que os anos de internato para o menor agressor em vez dos 3 anos rezados pelo estatuto do menor , passe a ser de 8 anos.Que os crimes considerados mais graves cometidos pelos menores sejam punidos mais severamente.
Mas não se fala em investimento em educação!
 Sim, educação pedagógica, educação familiar, educação profissional, psicológica..... Educação, fator primordial para uma sociedade bem estruturada e consciente de seu papel dentro dela. 
Não se fala em Investimento numa melhor estrutura também para esses menores já reclusos na fundação casa. Para que ao sair de lá, não saiam piores e mais agressivos do que entraram.
Também não se fala em melhorar a política de segurança pública , hoje deixando tanto a desejar.
O que significa que a solução do problema vai muito além da questão da maioridade penal.
As estatísticas mostram que a cada dia aumenta mais a incidência de crimes cometidos por menores. 
Aumenta também a incidência de reclusos em instituições, das quais muitos acabam saindo em bem menor tempo do que o apregoado. 
Aumenta também a impunidade que é fator preponderante para que esse índice de criminalidade praticado por menores aumentem a cada dia.
Moro numa cidade pequena. Mas nem por isso sinto-me protegida, livre da violência corriqueira de nossos dias. Aqui também temos casos de violência que suplantam o esperado numa cidade tão pequena. Aqui também temos graves problemas com drogas. Aqui também temos força policial fazendo ronda na madrugada.
Atentados contra vidas, violência gratuita , drogas... tudo isso é um mal que se espalha como um rastilho de pólvora! Porque hoje ,com o rápido avanço tecnológico, as informações ao mesmo tempo que nos põe em sentido de alerta também servem de exemplo para mentes desocupadas.
O que significa que o mundo de hoje exige leis diferentes daquelas projetadas há décadas.
E então, senhor governador! Como é que fica a sociedade vivendo num constante clima de terror e insegurança?
Não queremos nada mais do que nossa liberdade de ir e voltar com vida...



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quarta-feira, 17 de abril de 2013

Caminhando sob a neblina

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É manhã de segunda -feira. A manhã fria revelou -me também uma cidade envolvida  por uma neblina densa e úmida.


Sinto a brisa fria a me refrescar a face ainda cálida pelo calor do dia anterior.
Ah, essa mistura de estações! Fenômeno belíssimo aos olhos do observador atento e sensível às nuances da natureza. 
A cada dia uma nova roupagem...A cada dia um novo sinal... A cada dia uma nova expectativa de vida...
Deixo que aquele frescor penetre em mim... inalo o ar fresco e puro, cheirando a terra molhada.
Sinto os cabelos umedecidos a me fustigar o rosto. Aperto o passo...
Um farol surge ao longe... Um dos poucos sinais de movimento na avenida...


 Passa por mim uma bicicleta e logo a perco de vista.... 
Uma senhora também caminha devagar, como se a saborear aquele momento , como se a pouca visibilidade paradoxalmente lhe desse proteção...



Chego ao meu destino... os carros estacionados mais parecem fantasmas envolvidos pela neblina espessa...
Árvores derramam  gotas  geladas sobre seus capôs... como ressentidas com a mudança brusca de estação...


Um último olhar para trás, inspiro mais uma vez aquele ar frio como se a me abastecer com ele.
E então penetro no recinto fechado . Ali todos parecem alheios a essa incrível faceta da Natureza! 


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quinta-feira, 11 de abril de 2013

Convivendo com idosos

Tenho observado minha mãe.
Anda calada , absorta em seu mundinho particular. Às vezes a olho e fico imaginando o que se passa pela sua cabeça. Vejo-a como uma chama que se apaga lentamente.
Em certas ocasiões um pequeno vestígio de brisa leve parece parece trazê-la de volta à realidade.
Não à nossa realidade, mas à realidade dela...
E então é como se despertasse e seu subconsciente  a alertasse que é preciso voltar para casa.
E então fica ansiosa como uma criança , e por vezes incontrolável nesse seu desejo de voltar para o que considera “seu cantinho”.
E assim passam-se os dias. A chama da vida a tremular, oscilante...
É preciso sensibilidade e um coração aberto ao acolhimento para perceber os valores que o idoso nos transmite mesmo através do seu silêncio e apatia ou também na dor.
A sabedoria que vem de minha mãe já alquebrada pelos anos, que não são poucos, só a percebemos nós que estamos a seu redor diariamente. Para o resto da sociedade é como se ela não existisse.
Somente a convivência diária com um idoso pode nos dar a dimensão do que é “ficar velho”.
Por isso reportagens como a que a TV transmitiu hoje pela manhã tem o dom de me deixar indignada ao extremo e mexer com meu humor.
Não se pode admitir que depois de quase uma centena de anos dedicados a uma família, ao final da vida, idosos sejam tratados como seres inúteis e empecilhos para a vida dos filhos.
Assim era tratada dona Maria Júlia , trancada dentro de casa a semana toda e visitada pela filha Míriam, apenas a cada três dias. Momento  raro  que vinha para lhe trazer alimento como se fosse um animalzinho irracional e indefeso.
Desta vez a idosa estava já há cinco dias trancafiada em casa e foi ouvida pelos vizinhos com gritos de “socorro”!
A situação já perdurava há pelo menos dois anos segundo depoimento de vizinhos que, também não entendi bem porquê ,só agora denunciaram esse crime bárbaro.
Melhor que se apropriar da aposentadoria da mãe, como disse a reportagem, seria que esse dinheiro fosse usado para os cuidados com a idosa que vivia isolada , convivendo com a sujeira , fazendo parte da "mobília velha" da casa.
Eu fico indignada apenas em relatar tal fato. Imagino que um dia também poderei estar na pele dessa “velhinha” e não gostaria de receber esse tratamento de meus filhos. Um mínimo de respeito é o que todos nós esperamos em situação de velhice dependente.

Sugiro a quem for do interesse que vejam o vídeo completo sobre essa reportagem aqui:

Muitos abominam os asilos, tidos como lugares frios e impessoais. Algumas experiências, nos passadas pela mídia, talvez acentuem esse nosso conceito sobre asilos. Mas, acredito que haja os confiáveis, onde melhor seria estar com pessoas que amenizem a solidão do idoso, favoreça situações de lazer e melhor convívio social entre pessoas da mesma faixa etária .
Ali convivendo com outros na mesma situação de abandono de familiares ,podem se confortar entre si. Além de que certamente serão alimentados regularmente , terão sua higiene pessoal bem cuidada e sua saúde como alvo de tratamento prioritário.
 Seria o idoso  "enxergado", cuidado com carinho  e não apenas visto como um objeto dispensável...


 “Como eu disse, a convivência com os idosos é que nos dá dimensão do que é envelhecer.
É preciso saber enxergar por detrás das rugas, das limitações, das ranhetices...”



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