Outro dia
eu sentada numa sala de espera, apanhei uma revista e li uma crônica
da Danusa Leão onde ela falava sobre cheiros.
Descrevia
de maneira agradável de como os cheiros podem marcar épocas de
nossas vidas . Podem lembrar uma fase boa da infância, uma relaçaõ
afetiva, um passeio , um encontro etc... etc..
Curioso é
que naquele momento o cheiro que me impregnava as narinas não
tinha nada de agradável.
Era um
cheiro angustiante, pois eu me encontrava na sala de espera de um
hospital e acabara de passar por mim um carrinho de medicamentos.
Que
cheiro poderia sair dali a não ser o cheiro de medicamentos nada
agradável às nossas narinas? Além também do cheiro da dor, cheiro
do medo, cheiro da insegurança , cheiro da dúvida que possivelmente
acompanhava o doente que passou na maca seguinte.
Depois
de alguns minutos veio lentamente pelo corredor o carrinho do almoço.
Fazia paradas de quarto em quarto deixando ali a refeição do
doente.
Quer
cheiro mais agradável do que o cheiro da comida fumegante no fogão
da cozinha de nossa casa? Ah, mas cheiro de comida de hospital
parece fugir do costumeiro cheiro de temperos caseiros utilizados em
nossas casas.
Naquele momento eu tive vontade de estar em minha cozinha preparando aquele arrozinho bem temperado com alho refogado ao ponto ou temperando com muito carinho meu feijãozinho à moda da casa . Tão delicioso e tão vermelhinho!
Naquele momento eu tive vontade de estar em minha cozinha preparando aquele arrozinho bem temperado com alho refogado ao ponto ou temperando com muito carinho meu feijãozinho à moda da casa . Tão delicioso e tão vermelhinho!
Como se
não bastasse dali a pouco a moça da limpeza começou também seu
ritual no ambiente em que me encontrava.
Esfrega,
esfrega … e minhas narinas começaram a arder. Pudera desinfetantes
usados em hospitais em nada se parecem com os produtos perfumados que
usamos em nossas casas. Precisam ter uma química forte para
realmente desinfetar e agir contra as temíveis bactérias.
Lembrei-me então de como a faxineira deixa sua marca registrada na
limpeza dos ambientes lá de casa.
Como é
bom abrir a porta de casa e dar com aquele perfume impregnando o ar.
Dá -nos uma sensação de território demarcado , carinho e
proteção.
Decididamente
eu estava no lugar errado. Aquele ambiente não tinha nada a ver
comigo.
Fechei os
olhos e me transportei para meu recanto tão conhecido , agradável e
seguro.
Hospitais
tem o dom de nos deprimir. Eu precisava voltar para casa...
Conceitrei-me
nno desejo de que tudo iria passar e eu logo voltaria para o meu
aconchego, meu lar.... onde o cheiro voltaria a ser cheiro de vida...
Quer ler
a crônica de Danuza Leão? Clique no link abaixo
http://claudia.abril.com.br/materia/os-cheiros-4099/?p=/comportamento/danuza-leao
Porque a minha!!!!!!! kkkkkk... é apenas uma crônica em cima de outra crônica! Ela retrata um momento de meu cotidiano!
Porque a minha!!!!!!! kkkkkk... é apenas uma crônica em cima de outra crônica! Ela retrata um momento de meu cotidiano!
Este é o último parágrafo do texto que eu considerei o tremômetro da crônica! Mostra toda sensibilidade da autora!
"Mas
existe um cheiro que só as mulheres conhecem. É o que elas sentem
quando estão enxugando seus bebês depois do banho. É preciso que
não haja uma só pessoa por perto num raio de 200 metros para não
haver interferência de qualquer ordem. Sem nenhuma presença
estranha – nem mesmo a do pai –, mãe e filho poderão dizer
bobagens e rir de coisas que só eles vão entender. Depois do talco,
a mãe vai botar o nariz no pescoço de sua cria e cheirar com todos
os seus cinco sentidos. No princípio timidamente, mas cada vez mais
forte, até quase arrebentar os pulmões de tanto amor. Na hora a
gente não sabe, mas um dia vai saber: não existe nada igual a esse
cheiro nem a esse momento, e nunca vai haver um melhor. Porque esse é
o cheiro da vida."
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