Acostumados que estamos a uma super abundância de imagens e informações , estamos sempre ligados no piloto automático, tornando-se uma tarefa difícil a seleção daquilo que queremos ver . Na nossa pressa costumeira diária eu me deparo diariamente com tantas informações e encontros que ficam apenas no olhar distante e superficial .
Precisamos desacelerar um pouco e prestar atenção em todas as direções ao longo do caminho .
Um momento que curto bastante é o horário de minha caminhada matinal . Este é o momento que me desligo de tudo e saio despreocupadamente a tudo observando . Não só a Natureza , mas também as pessoas. a cidade despertando...
É gratificante passar fazer um comprimento , observar a lida diária para o trabalho , a diligência das mães que levam seus filhos para a creche ou os estudantes com suas mochilas coloridas , que apressadamente se dirigem ao colégio.
É gratificante passar fazer um comprimento , observar a lida diária para o trabalho , a diligência das mães que levam seus filhos para a creche ou os estudantes com suas mochilas coloridas , que apressadamente se dirigem ao colégio.
À beira de meu caminho gosto de observar a diversidade de plantas , colhê-las quando me agrada ou até disparar numa corrida quando ouço e vejo ao longe um big de um cão prestes a atacar a intrusa .
Assim é minha caminhada pela manhã , movimentada e cheia de emoções . Eu não apenas olho num gesto mecânico de dirigir mecanicamente meu olho de um lado para o outro . Eu olho e observo , Eu olho e vejo , analiso , aprofundo meu olhar. Isto quer dizer ter um olhar mais apurado . Não apenas olhar por olhar .
Assim deve ser também nosso olhar para o mundo . Não apenas um olhar de crítica, desaprovação ou de banalização dos acontecimentos . É preciso exercitar o nosso olhar , sair da contemplação para a concentração , reagir a estímulos , sentir-se parte de um todo e apurar a sensibilidade . Abrir-se ao desconhecido e ao novo.
Assim deve ser também nosso olhar para o mundo . Não apenas um olhar de crítica, desaprovação ou de banalização dos acontecimentos . É preciso exercitar o nosso olhar , sair da contemplação para a concentração , reagir a estímulos , sentir-se parte de um todo e apurar a sensibilidade . Abrir-se ao desconhecido e ao novo.
O
poeta Manoel de Barros endossa que “o olho vê”, mas que “é a
imaginação que transvê” (BARROS, 2004, p.74), que transfigura o
mundo, que faz outro mundo. “A transfiguração é a coisa mais
importante para um artista”. E eu acrescento que não só para o
artista, ela é importante para todo ser humano, pois esse exercício
possibilita enxergar além, ver, no singular, o universal e na parte,
o todo. Ver o ser e a aparência, a presença e a ausência, o
visível e o invisível. Ver com olhos de criança que se espanta com
o novo, mas mergulha com ludicidade e explora o desconhecido com
curiosidade.
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Esse tema "olhar sem ver " surgiu-me após um acontecimento rotineiro em que percebi esse meu descaso com o "ver" na sua essência, o aprofundar no olhar. Eu pretendia relatar o fato , e ao final acabei escrevendo sobre o que aprendi com ele: " Manter sempre um olhar mais atento ao meu redor, , refletir , analisar e através de minhas vivências pensar em como posso contribuir para gerar uma transformação social na área determinada .
Muito pouco pude fazer no momento por aquela senhora que na minha pressa quase ignorei .
Ao ser interpelada por ela , voltei , conversei um pouco com ela e a atendi naquele momento . Foi o que pude fazer . Mas a situação em que se encontrava me tocou . Talvez nunca mais a veja , mas minhas ações , meu olhar diferenciado pode propiciar oportunidades de minorar tais casos .
Não posso consertar o mundo , mas posso minorar situações ao meu redor .
Edite