E
o mês de junho se vai, deixando atrás de si um rastro de crepitar de
fogueiras, fogos de artifício, o som dançante das quadrilhas, comidas
típicas.. Tudo o que manda a tradição das festas juninas. E muita
alegria!
O friozinho característico do mês sugere bebidas quentes e a dança agitada dos forrós e arrasta-pés aquece o corpo e o coração.
Minha infância e adolescência me traz recordações de uma época em que as tais festanças aconteciam nos quintais.
Me
recordo das rezas em dia de São João na casa de D. Maria e também “Seu”
João. Um enorme terreiro de terra batida na frente do casarão de
madeira. Bem no centro do quintal se fazia a fogueira. E criança queria
lá saber de reza? Lá ficávamos nós a brincar em torno da fogueira,
enquanto a batata e o milho verde assava na brasa. Da cozinha vinham os
deliciosos petiscos: pipocas, amendoim torrado, paçoquinhas, pé de
moleque e os deliciosos bolos de fubá. Eram noites de alegria sem fim.
Os rojões! O mastro erguido pelos homens.
Em
criança não conhecia o significado do mastro com a bandeira do santo.
Hoje a tradição explica que quando São João nasceu, estava uma noite
muito fria e estrelada. Para avisar Maria, sua prima , Isabel mandou
erguer na porta de sua casa um mastro e acendeu uma fogueira que o
iluminava. Era o sinal combinado entre as duas.
A lenda casa direitinho com o ritual das festas. Em noite de São João, o céu fica realmente muito estrelado.
Como na cantiga: ♫ “O céu fica todo estrelado, fica todo iluminado enfeitadinho de balão. É noite de S. João”..♪♪.
Dizem que é a noite mais fria do ano.
Eu
me recordo que ainda realizei alguns eventos desses no meu quintal.
Isso em tempos já idos. Filhos pequenos nos motiva a viver melhor a
vida. A viver intensamente datas especiais.
A
porta aberta, a vizinhança chegando, amigos, crianças... Os
preparativos, a fogueira crepitando no meio do quintal, bandeirinhas ao
sabor do vento...
No fogareiro o caldeirão de quentão, no forno os bolos à espera da degustação! A criançada correndo prá lá e prá cá..
Quando nossos filhos são pequenos, a expectativa e alegria deles nos contagia. As festas tem outro significado, uma outra “leitura”.
No fogareiro o caldeirão de quentão, no forno os bolos à espera da degustação! A criançada correndo prá lá e prá cá..
Quando nossos filhos são pequenos, a expectativa e alegria deles nos contagia. As festas tem outro significado, uma outra “leitura”.
Hoje
em dia os costumes são outros. As festas de quintal já não acontecem
mais. As exigências da vida moderna não nos estimula a realizá-las.
Nossos quintais não favorecem mais esse tipo de folguedo.
E, também, para nossa própria segurança, os portões da casa não podem mais estar assim abertos e receptivos.
É preciso cautela. São outros tempos...
Nossos quintais não favorecem mais esse tipo de folguedo.
E, também, para nossa própria segurança, os portões da casa não podem mais estar assim abertos e receptivos.
É preciso cautela. São outros tempos...
Lindas recordações e os tempos mudaram, mudaram as festas...beijos,chica, linda semana!
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