HISTÒRIAS
DE CONSULTÒRIOS
Outro dia
estava eu numa sala de espera, já cansada ficar em pé, quando
vagou uma pequena brecha num sofá em minha frente. Pelo meu físico
eu calculei que caberia ali. Sentei-me e espremida entre dois
pacientes comecei a folhear uma revista. A proximidade fez com que a
mulher do lado também me acompanhasse no folhear da revista.
Pelo
canto dos olhos vi que ela também se interessava pela página em que
eu me detera.
Olhei
para ela e foi o suficiente para entabularmos uma convesa como se já
nos conhecêssemos há anos.
Era a
figura de um lindo bebê estampada na página e que lembrava, claro ,
netos bebês. Através dessa figura a conversa fluiu espontanemente e
teria continuado se ela não fosse chamada.
Contou-me
de sua família numerosa de 7 filhos e 18 netos e alguns bisnetos,
todos muito bem educados e encaminhados profissionalmente. Falava
com orgulho de todos eles e da alegria que era quando todos se
reuniam para o grande almoço de final de ano. Eu fiquei a imaginar o
tamanho dessa “festa” com 50 pessoas ou mais. Quase um casamento!
Eu,
claro, não fiquei atrás. Não com tantos detalhes , mas também fiz
questão de tecer elogios à minha pequena e saudável cria.
Parecíamos duas comadres se emerando cada uma em contar mais
vantagens que a outra sobre a sua prole.
Bem, mas
como disse ela foi chamada e o lugar foi ocupado por outra senhora.
Esta também eu percebi que “acompanhava minha leitura”.
Só que
esta me observava com olhar crítico. Quando eu dei uma pausa ela
disparou:
“Você já ouviu falar em como essas revistas de consultórios
são um foco enorme de bactérias?”
Eu
estranhei tal observação e pensei: “Quem não sabe”!
Então
disse a ela que realmente tinha razão. Não só as revistas, mas
estamos constantemente em contato com esses bichinhos traiçoeiros e
perigosos. Nossas bolsas são focos de bactérias, assim como
celulares, maçanetas de portas, corrimãos, etc e etc...
Neste
momento o “DOUTOR BACTÉRIA” baixou em mim e não deixei por
menos. Desfilei ali todo meu conhecimento sobre o assunto. Disse
inclusive que dificilmente conseguiríamos evitar no nosso dia dia a
dia esse contato com bactérias. Não vivemos em uma bolha de vidro.
O hábito de lavar as mãos ao chegar em casa, antes de fazer
qualquer alimentação ou um vidro de álcool gel na bolsa resolveria
o problema.
Pedante
eu? Pode parecer, mas ela me obrigou a isso. Afinal, era a distração
que eu tinha no momento. Nada tão perigosso assim, desde que não
molhando as pontas dos dedos na língua para folhear a revista, como
já vi muitos fazerem.
Bem, mas
felizmente ela logo se retirou para a frente da TV. De onde eu
estava ouvi quando disse à pessoa do lado que ainda teria muito
tempo a esperar. Mas que ela não se importava. Tinha todo o tempo do
mundo, pois morava sozinha e se ficasse em casa seu tempo seria
ocupado em dormir.
Dá prá
entender não, o porquê de tanta mordacidade! No final fiquei com
pena da senhora tão carente e mal amada. Faltava algo que
preenchesse sua vida. Então ocupava seu tempo em cahtear as pessoas.
Realmente uma lástima. Uma pessoa assim precisa de ajuda, não de
críticas.
Se
quisesse ficaria aqui contando histórias e mais histórias de
consultórios, mas chega de jogar conversa fora. Fica para outro
post...
Edite, até quando você quer ser "áspera", você é educadinha...
ResponderExcluirGostei do "educadinha'KKKK.... Ah, Ana, vc me faz rir... Conhece aquele ditado " Dar tapas com luvas de pelica"? Vez em quando a situação exige, não é mesmo?
ResponderExcluirAh amiga, quem não tem uma história dessas...hoje mesmo, encontrei uma velha conhecida dos tempos de escola dos nossos filhos, pessoa que não ouso mais chamar de amiga, visto que, a cada vez que nos encontramos, ela teima em tentar fazer comparações entre nossos filhos. Hoje, por exemplo, disse qual seria a vantagem do meu filho estar estudando Jornalismo se o diploma não é mais necessário. Segundo ela, seu filho não se interessou por essa área por esse motivo, no entanto, seus filhos estudam ADM. Sem desmerecer ninguém que realmente goste, esse curso é opção, para quem não tem opção, só que eu não digo isso, apenas lhe disse que em grandes jornais não são aceitos quem não possui o diploma, mas parece que as pessoas acham que jornalismo é só Jornal Nacional! Pronto, desabafei! Daria para escrever um post. Acho que o farei, lá no blog O Que Der na Telha. Bjs!
ResponderExcluirPois marizete, saiba que se ainda tivesse "tempo" eu juro que faria jornalismo. Acho apaixonante. Na outra encarnação... quem sabe...
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