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quinta-feira, 26 de julho de 2012

Ser avó nos dias de hoje


parabéns pela lembrança tão merecida!


"Netos são como herança. Você os ganha sem merecer. Sem ter feito nada para isso, de repente lhe caem do céu. Sem se passarem as penas do amor, sem os compromissos do matrimônio, sem as dores da maternidade"    Raquel de Queiroz

Hoje, 26 de julho, “Dia dos Avós”. Uma comemoração tranqüila, sem grandes alardes e o apelo comercial que comumente presenciamos na maioria das datas comemorativas do calendário. Em homenagem a Santa Ana e são Joaquim, avós de Jesus, o dia é mesmo lembrado pela presença amorosa e importante dos avós na vida dos netos.
Eu não tive o privilégio de conviver com meus avós. Aliás, nem mesmo os conheci. Mas acredito que minha vida poderia ter tido um saborzinho a mais se tivesse passado por essa experiência. Deve ser muito gratificante poder contar com a cumplicidade dos avós, gozar de mimos e preferências, regalar-se com as guloseimas da vovó entre outras tantas regalias que só os avós sabem proporcionar.
E nos dias de hoje, os netos ainda podem compartilhar com os avós jogos no computador, mensagens no facebook e MSN. 
É, os tempos mudaram. Aquela vovó de birote no cabelo sempre tricotando não existe mais.A culinária da vovó, também está ficando mais restrita. Falta de tempo, compromissos demais...
Meus filhos cresceram ao lado da avó materna. Até hoje meu filho quando nos visita já espera pelo “bolinho de arroz” da vó Rita. O toque especial da receita só a vovó sabe dar. Nem eu , por mais que me esmere, consigo me igualar a tanto. São pequenas lembranças que as crianças carregam na mente e no coração por uma vida afora.
Já vi minha filha relatar historias da vida da avó, contadas pela própria protagonista num momento de total descontração e intimidade. Aí vejo a avó ajudando a neta a fazer um paralelo entre duas épocas totalmente diferentes. É a vivência de uma época passada trazida aos dias de hoje e fortalecendo valores.
Assim como a avó de meus filhos, com certeza meus avós também teriam um perfil bastante diferente dos avós de hoje. Menos informados, semi analfabetos e sem o conhecimento da tecnologia moderna e avançada de hoje. Mas carregando uma grande bagagem de conhecimentos. Uma sabedoria que não se adquire nos livros nem nas escolas, mas que o tempo e a vida se encarregou de moldar. Conhecimentos e vivências que através de erros e acertos, tropeços e recomeços foram se solidificando com o passar do tempo. Talvez meus avós tivessem um olhar para a vida de um ângulo mais rígido e conservador. Mas, com certeza, me passariam o legado do amor, responsabilidade, perseverança e disciplina
Os avós de hoje tem uma cultura mais aprimorada. Uma forma diferente de ver a vida. Estudam, trabalham, praticam esportes, utilizam sites de relacionamento social,  conhecem e utilizam-se das modernas facilidades tecnológicas.
 Esse novo perfil do avô ou avó de hoje, facilita o relacionamento com o neto. E a participação na vida do mesmo passa a ser mais atuante e ativa em vista dos interesses em comum.
O avô e o neto no jogo de futebol são duas gerações se apoiando, trocando informações na postura e disciplina que o evento exige.
A avó e a netinha na cozinha às voltas com aquele bolo de chocolate que a netinha insistiu em ajudar a fazer, trocam informações em como dosar amor, carinho, paciência,atenção, doçura...e organização.
Jogar no computador, trocar scraps com a vovó no orkut ou facebook, moderniza a relação. Mas não inibe uma ação mais coercitiva quando necessária. Há que se ter um equilíbrio. A experiência adquirida com a idade, a postura de “mãe” mais madura que consegue levar com certo traquejo a relação com as crianças, deve ser considerada e respeitada. Erros e acertos na educação dos próprios filhos lhe conferem esse preparo, não para interferir ou tomar para si a educação dos netos. Mas para apoiar e aconselhar quando necessário.
E eu fico aqui a discorrer sobre as maravilhas de ser avó. Mas a história se repete. Não convivi com meus avós. Tampouco convivo com minhas netas. Minha carteirinha de avó está interditada. E assim permanecerá até a próxima temporada de verão. É quando os netos chegam de férias. E então é aquela alegria. Eu fico aqui a me perguntar se um dia tudo isso irá mudar. Confesso que a presença física mesmo que não fosse diária, muita falta me faz. Perde-se muito na relação. Falta o toque, o olho no olho, o caminhar de mãos dadas, o aniversário compartilhado, a presença na festinha da escola, o almoço de domingo...
E aqui vou parafrasear um pouco Raquel de Queiroz: E quando vejo meu neto do ouro lado da tela todo irriquieto agitando bracinhos e perninhas, querendo me tocar pela tela do monitor quando ouço o seu gritinho virtual e vejo seu sorriso maroto, “meu coração estala de felicidade, como pão no forno”.
Que Deus abençoe todos os avós e netos  e os guarde na palma de sua mão.


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