Aquela
 manhã de sábado poderia ter transcorrido como todos os outros dias 
anteriores. Mas a chegada de Junior veio quebrar a monotonia dos dias.. 
Júnior chegou inesperadamente, sem qualquer aviso. Já não o via há alguns anos e sua chegada foi uma agradável surpresa.
A
 lembrança que tinha dele era de um adolescente alto e esguio, 
aficionado ao rock e viciado em computador. Quase não o reconheço. Mas, 
apesar de ter adotado um “visual roqueiro”, os
 inconfundíveis olhos grandes generosamente circundados por longos 
cílios me fez reconhecê-lo. Não de imediato. Mas, poucos segundos foram 
suficientes para eu ter a certeza de que estava diante de meu sobrinho.
Ficamos horas na cozinha envolvidos num longo e bom papo. Lembrou-me aquele programa da Tv Record: “Receita prá  dois” com o Edu Guedes.(mas sem o Edu,claro).E também com a diferença de que ele não pode almoçar comigo, porque a avó “coruja” o esperava. Também, tanto tempo sem nos ver, era natural que disputássemos a sua companhia!
Mas,
 enfim, nossa conversa rolou solta. E me surpreendeu a maneira como ele 
se revelou espontâneo, seguro e apto a discorrer sobre qualquer assunto.
 
É um”expert”
 em informática e se define autodidata na área. Depois de anos de 
experiência na busca por se autoafirmar, hoje possui um bom emprego , 
com um futuro promissor.
Como
 ele mesmo disse, tudo tem sua hora. Como todo adolescente teve sua fase
 de instabilidade e acabou por interromper os estudos na transição para a
 faculdade.
Mas,
 interromper os estudos não significa ficar na ociosidade. Correu em 
busca de seus sonhos e interesses. Errou, acertou e acabou se 
encontrando. Hoje sua meta é concretizar o sonho antigo de cursar uma 
faculdade de informática. Afinal, com a concorrência do mercado de 
trabalho, o diferencial ainda é o diploma. Adquiri-lo é fundamental.
Nesta
 busca por firmar território, obstáculos tiveram que ser superados. 
Montanhas tiveram que ser escaladas. Atritos com a família não puderam 
ser evitados. Ficou uma pequena “rusga” com o pai. 
O
 mundo muitas vezes se revela uma verdadeira selva, onde muitas vezes a 
sobrevivência exige uma  postura mais dominante , acabando por gerar 
conflitos.
Não diga “nunca”, eu lhe disse. O tempo é nosso maior aliado e se encarregará de colocar as coisas no lugar.
Adultos
 são assim. Capazes de grandes conquistas profissionais, mas no campo da
 afetividade se revelam “pequenos” demais para sair do seu egoismo e 
orgulho ferido e resolver as questões do coração.
Preferem muitas vezes a tristeza como companhia, do que se dispor a passar momentos agradáveis junto a quem lhes é importante.
Esta é a maior conquista. A conquista das boas relações, quer familiares ou relações sociais de amizade e companheirismo.
Difícil é ser como as crianças, de coração puro e generoso, que seguindo seu instinto natural perdoam e esquecem com facilidade.
Deveríamos aprender com elas essa bonita lição.


 
Obrigada, Edite. Eu estava esperando por um relato assim como a segunda parte do seu texto... mas não que eu desconsidere a primeira.
ResponderExcluirPaz
Edite, esse comentário que deixei aqui se refere ao seu post "Eu tinha tudo e não sabia" Vou deixar o mesmo comentário lá, OK?
ResponderExcluirPaz