Manhã de sol. Céu azul, límpido. Sem nuvens. Raios de sol se infiltrando pela janela, acariciando as flores da bancada.
Uma
manhã clara e convidativa. Sem o vento gelado dos dias anteriores
castigando o rosto. Livre dos agasalhos. Caminhar agradável. Poucos
transeuntes.
Quintais
me mostram o colorido dos manacás, azaleias, hibiscos, primaveras.... .
Os ipês exibem sua florada antecipada da primavera.
A
padaria da esquina já está aberta há horas. Aliás, para os padeiros, o
dia começa bem cedo. O posto de combustíveis também já se movimenta. Em
frente, o sorveteiro se ocupa da limpeza da frente de seu comércio. Os
pedreiros da construção na esquina também já iniciaram seu dia...
Observo
que em algumas residências, uma mão laboriosa já passou por ali com sua
vassoura mágica, deixando a frente da casa impecavelmente limpa.. Em
outras, o movimento já começa.... Calçadas vão,sendo lavadas. Ah!... as
donas de casa não perdem este hábito tão condenado... É preciso
economizar água... Elas sabem dessa necessidade, mas a poeira de agosto é
tanta, que acabam cometendo esse pequeno deslize...
Uma saudação para o leiteiro que passa... a enfermeira... a assistente social....a bibliotecária....a doméstica...
Algumas pessoas mais madrugadeiras que já retornam de sua caminhada diária.
O vai e vem provocado pelos estudantes e mães que levam seus filhos à creche dura pouco.
Uma breve pausa , e a cidade quase volta a dormir. Dentro em pouco uma
nova leva de trabalhadores dará vida e colorido à cidade. É o comércio
que se prepara para abrir suas portas. Bancários, funcionários de
repartições públicas ocupam seus postos. Carros começam a se posicionar
nos estacionamentos. E então a cidade estará totalmente desperta.
Na
praça da matriz, o jardineiro já está a postos. Em tempos de longa
estiagem como as de agosto, urge molhar os canteiros constantemente. E
as azaleias agradecem, exuberantes em seu tom rosa maravilha. São tantas
as cores e perfumes que exalam no ar... Canteiros bem cuidados mostram a
destreza e capricho de mãos habilidosas.
Dentro
em pouco a praça ganhará mais vida. Crianças que chegam acompanhadas de
suas babás para desfrutar dessa manhã fresca e agradável. Mais adiante
acabam de chegar crianças da creche acompanhadas de suas cuidadoras. E
então o quadro fica completo.
É o despertar de uma cidade simples, de gente simples e vida simples. Uma cidade pequena e aparentemente tranquila.
Digo
aparentemente, porque também tem seus labirintos. Difícil hoje em dia
uma cidade absolutamente tranquila. As pequenas cidades do interior,
infelizmente, também já estão sendo contaminadas pela violência e
bandidagem, como nos grandes centros urbanos.
Mas, neste momento me passa a imagem da pureza e inocência há muito esquecida.
E é assim que quero vê-la. É assim que a vejo. É assim que a sinto.
A
Igreja Matriz à minha frente, é um convite à oração, ao agradecimento.
Mas está em obras. Olho ao meu redor e o cenário me lembra que o templo
de Deus é o Universo. E que ELE está ali, no meio de nós. Onipresente.
Continuo meu caminho, sentindo sobre os ombros o calor do sol.
Olho para o alto e meu olhar se perde na imensidão azul. Os raios solares me cegam momentaneamente.
E então me curvo diante da magnitude do Criador.
Quão grande és Tu, meu Senhor!
Escrito por mim em 2/9/2010
Escrito por mim em 2/9/2010
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Também este texto é uma recuperação de arquivo. Data de 2/9/2010 e recuperei-o de um blog antigo. Como há sempre novos leitores , transcrevo-o aqui. Ele retrata uma bela manhã de agosto três anos atrás quando ainda apenas se ouvia falar em escassez de água. Hoje infelizmente o racionamento desse bem precioso se estende a cada dia mais a outras cidades. E acabou chegando aqui. Já não temos na praça azaleias tão belas, lírios murcharam em pouco tempo e um lindo canteiro de "crista de galo" que mais parecia um mar vermelho, faz pena olhar. E apesar da orientação em não se lavar calçadas e carros, parece difícil ficar livre desse hábito tão arraigado.
AS PESSOAS PRECISAM AGIR COM BOM SENSO E FAZER USO CONSCIENTE DESSE BEM TÃO PRECIOSO!
Também este texto é uma recuperação de arquivo. Data de 2/9/2010 e recuperei-o de um blog antigo. Como há sempre novos leitores , transcrevo-o aqui. Ele retrata uma bela manhã de agosto três anos atrás quando ainda apenas se ouvia falar em escassez de água. Hoje infelizmente o racionamento desse bem precioso se estende a cada dia mais a outras cidades. E acabou chegando aqui. Já não temos na praça azaleias tão belas, lírios murcharam em pouco tempo e um lindo canteiro de "crista de galo" que mais parecia um mar vermelho, faz pena olhar. E apesar da orientação em não se lavar calçadas e carros, parece difícil ficar livre desse hábito tão arraigado.
AS PESSOAS PRECISAM AGIR COM BOM SENSO E FAZER USO CONSCIENTE DESSE BEM TÃO PRECIOSO!
Teu texto é belíssimo.Cenas de uma passeio, do cotidiano de então. Hoje o olhar para as mesmas coisas pode e infelizmente muda... bjs, tudo de bom,chica
ResponderExcluirDá pena ver as azaleias antes tão vibrantes e hj desfilando aos nossos olhos murchas e sem vida !Abcs
ExcluirOlá, tudo bem? Ahhhhhh.. Não pode desperdiçar água!!!!! Deixa com poeira mesmo!!!!!! Bjs, Fabio www.fabiotv.zip.net
ResponderExcluirEsperamos que as pessoas se conscientizem, mas está difícil. Cenas de lava-carro, lava-calçada com o esguicho aberto é comum de se ver. Fico até revoltada. Enqto uns reutilizam a água da máquina de lavar, outros desperdiçam. Abcs
ExcluirEdite, valeu a pena publicar seu texto, pois é encantador e não o conhecia. Fiz um passeio com você por essa manhã encantada, onde todos começaram seus afazeres em clima de paz e tranquilidade. Realmente, o desperdício de água ainda é visto por todos nós, basta dar uma volta pelo bairro. É preciso consciência porque a tendência, pelo que se percebe, é sermos todos atingidos pela falta desse precioso líquido. Bjs.
ResponderExcluirPOis é Marilene, o cenário mudou um pouco diante da seca. Obedecendo ao racionamento da água, os jardineiros ficam impossibilitados de molhar com constância as plantas que acabam por perder seu viço.Abcs
ExcluirOh, vida simples que é vida preciosa.
ResponderExcluirTenha um abençoado fim de semana. Bjs
E não é que é mesmo? Eu amo essa simplicidade, esse "quase" sossego. Bjs
ExcluirTexto muito bom, Edite! Que pena que as flores já não florescem como antes...
ResponderExcluirHaja chuvas e conscientização do bom uso da água!
Um abraço...
Oi Edite,
ResponderExcluirQue beleza de texto,
cada descrição revela a simplicidade
de uma cidade interiorana.
Uma pena as azaléias e lírios não apresentarem a beleza de outrora,
a escassez de água, entre outras coisas,
vai minando a beleza das flores.
Boa semana, bjs!