parabéns pela lembrança tão merecida! |
"Netos são como herança. Você os ganha sem merecer. Sem ter feito nada para isso, de repente lhe caem do céu. Sem se passarem as penas do amor, sem os compromissos do matrimônio, sem as dores da maternidade" Raquel de Queiroz
Hoje, 26
de julho, “Dia dos Avós”. Uma comemoração tranqüila, sem
grandes alardes e o apelo comercial que comumente presenciamos na
maioria das datas comemorativas do calendário. Em homenagem a Santa
Ana e são Joaquim, avós de Jesus, o dia é mesmo lembrado pela
presença amorosa e importante dos avós na vida dos netos.
Eu não
tive o privilégio de conviver com meus avós. Aliás, nem mesmo os
conheci. Mas acredito que minha vida poderia ter tido um saborzinho a
mais se tivesse passado por essa experiência. Deve ser muito
gratificante poder contar com a cumplicidade dos avós, gozar de
mimos e preferências, regalar-se com as guloseimas da vovó entre
outras tantas regalias que só os avós sabem proporcionar.
E nos dias de hoje, os netos ainda podem compartilhar com os avós jogos no computador, mensagens no facebook e MSN.
É, os tempos mudaram. Aquela vovó de birote no cabelo sempre tricotando não existe mais.A culinária da vovó, também está ficando mais restrita. Falta de tempo, compromissos demais...
Meus
filhos cresceram ao lado da avó materna. Até hoje meu filho quando
nos visita já espera pelo “bolinho de arroz” da vó Rita. O
toque especial da receita só a vovó sabe dar. Nem eu , por mais que
me esmere, consigo me igualar a tanto. São pequenas lembranças que
as crianças carregam na mente e no coração por uma vida afora.
Já vi
minha filha relatar historias da vida da avó, contadas pela própria
protagonista num momento de total descontração e intimidade. Aí
vejo a avó ajudando a neta a fazer um paralelo entre duas épocas
totalmente diferentes. É a vivência de uma época passada trazida
aos dias de hoje e fortalecendo valores.
Assim
como a avó de meus filhos, com certeza meus avós também teriam um
perfil bastante diferente dos avós de hoje. Menos informados, semi
analfabetos e sem o conhecimento da tecnologia moderna e avançada de
hoje. Mas carregando uma grande bagagem de conhecimentos. Uma
sabedoria que não se adquire nos livros nem nas escolas, mas que o
tempo e a vida se encarregou de moldar. Conhecimentos e vivências
que através de erros e acertos, tropeços e recomeços foram se
solidificando com o passar do tempo. Talvez meus avós tivessem um
olhar para a vida de um ângulo mais rígido e conservador. Mas, com
certeza, me passariam o legado do amor, responsabilidade,
perseverança e disciplina
Os avós
de hoje tem uma cultura mais aprimorada. Uma forma diferente de ver a
vida. Estudam, trabalham, praticam esportes, utilizam sites de
relacionamento social, conhecem e utilizam-se das modernas facilidades tecnológicas.
Esse novo perfil do avô ou avó de
hoje, facilita o relacionamento com o neto. E a participação na
vida do mesmo passa a ser mais atuante e ativa em vista dos
interesses em comum.
O avô e
o neto no jogo de futebol são duas gerações se apoiando, trocando
informações na postura e disciplina que o evento exige.
A avó e
a netinha na cozinha às voltas com aquele bolo de chocolate que a
netinha insistiu em ajudar a fazer, trocam informações em como
dosar amor, carinho, paciência,atenção, doçura...e organização.
Jogar no
computador, trocar scraps com a vovó no orkut ou facebook, moderniza
a relação. Mas não inibe uma ação mais coercitiva quando
necessária. Há que se ter um equilíbrio. A experiência adquirida
com a idade, a postura de “mãe” mais madura que consegue levar
com certo traquejo a relação com as crianças, deve ser
considerada e respeitada. Erros e acertos na educação dos próprios
filhos lhe conferem esse preparo, não para interferir ou tomar para
si a educação dos netos. Mas para apoiar e aconselhar quando
necessário.
E eu fico
aqui a discorrer sobre as maravilhas de ser avó. Mas a história se
repete. Não convivi com meus avós. Tampouco convivo com minhas
netas. Minha carteirinha de avó está interditada. E assim
permanecerá até a próxima temporada de verão. É quando os netos
chegam de férias. E então é aquela alegria. Eu fico aqui a me perguntar se um dia tudo isso irá mudar.
Confesso que a presença física mesmo que não fosse diária, muita
falta me faz. Perde-se muito na relação. Falta o toque, o olho no
olho, o caminhar de mãos dadas, o aniversário compartilhado, a
presença na festinha da escola, o almoço de domingo...
E aqui
vou parafrasear um pouco Raquel de Queiroz: E quando vejo meu neto do
ouro lado da tela todo irriquieto agitando bracinhos e perninhas, querendo me tocar pela tela do monitor quando ouço o seu gritinho virtual e vejo seu sorriso maroto, “meu coração estala de felicidade, como pão no
forno”.
Que Deus
abençoe todos os avós e netos e os guarde na palma de sua mão.
Lindo texto!!Parabéns pra nós, vovós...beijos praianos,chica
ResponderExcluirMerecemos, não é mesmo chica?
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